terça-feira, 28 de junho de 2011

Evandro Gama pediu pra sair.

A palavra de ordem que ecoou entre os trabalhadores da saúde nos oito dias de greve, foi: "Evandro Gama, pede pra sair!", e no último dia 27 de junho de 2011, o secretário de saúde do governo PSB, Evandro Gama, pediu sua exoneração.  
O processo de greve, e de conseqüente queda do Secretário Evandro Gama, abre uma reflexão sobre a situação da saúde no Estado do Amapá, durante este processo o sindicato e governo apresentaram posições antagônicas sobre a real situação da saúde no Estado.
O ex-secretário em sua carta de despedida apresenta um balanço dos avanços que supostamente realizou, citando uma "série de ações e atividades pautadas na melhoria dos serviços e do atendimento prestado aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS no Estado do Amapá", fatos que foram refutados pela realidade dos hospitais. Dentre os pontos apresentados pelo relatório, destaca-se a redução do índice de mortalidade na maternidade de Macapá, no entanto esta significativa redução foi fruto da intervenção da ANVISA em decorrência de denúncias veiculadas nacionalmente através do SINDESAÚDE no FANTÁSTICO, (http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1585384-15605,00.html). Ou seja, o que de mais relevante teria apresentado o secretário, não pode ser considerado diretamente fruto de sua gestão.
A queda do secretário contraria a afirmativa de que a mudança na saúde era para melhor, entidades como o Conselho Regional de Medicina e o próprio SINDESAÚDE denunciam que a situação da saúde piorou, independente dos motivos: se o caos que vivenciamos é fruto do governo da harmonia, ou não, o importante é reconhecer que no governo da mudança a situação, até agora, não se reverteu positivamente.
Ao tempo em que denunciamos o inchaço nos hospitais com  pessoas atendidas no chão no Hospital de Emergência, macas e caixotes transformadas em leitos, falta de medicação, cirurgias que não são realizadas por falta de anestesia. Na Maternidade, as mulheres sendo atendidas em uma maca e no corredor, nos demais municípios a situação não é diferente.

Isso acarreta sobrecarga de trabalho com mais de 15 pacientes por profissional, estresse e insatisfação. Como se isto não bastasse, as denuncias de assédio moral vem sendo uma constante.
Infelizmente, apesar de constatarmos tantos problemas,durante a greve sequer fomos recebidos em mesa de negociação. O descaso das autoridades  reflete o desrespeito com a categoria de trabalhadores de saúde  e desprezo com o restante da população.
Esperamos que a queda de Evandro Gama represente a abertura de perspectivas positivas na garantia do atendimento de qualidade, e que o tripé que sustenta o SUS, universalidade, equidade e integralidade, seja garantido. O anseio da categoria é de que a pauta efetiva dos trabalhadores seja respeitada e atendida.

Fotos de pacientes internados nos corredores, em caixotes e no chão no Hospital de Emergência ano 2011:


Imagens da greve:


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