sábado, 6 de agosto de 2011

Falência na Saúde: PARA SOBREVIVER, PACIENTES PAGAM A CONTA DO GOVERNO

A Gazeta, dia 4 de agosto de 2011
Denise Muniz (Reportagem Local)



Como num hospital particular, quem recorre ao atendimento da rede pública de saúde do Estado precisa ter dinheiro no bolso. Parece absurdo, mas, para sobreviver, pacientes dos hospitais de Emergência e Alberto Lima estão bancando o que obrigatoriamente deveria ser fornecido pelo Governo Estadual. os gastos são com medicamentos, intens de acomodação, alimentação e até materiais de órtese e prótese.
A situação chegou ao limite da tolerância. Tanto que despertou a atenção de membros e da diretoria do sindicato dos Servidores da saúde do Amapá (Sindesaúde). Desde ontem (3), eles estão acampados em frente ao Hospital de Emergência de Macapá, recolhendo denúncias de pacientes e fazendo um apanhado dos custos que a população está tendo, pagando a conta do Governo.
"Vamos reunir denúncias, receitas e notas fiscais das compras, para juntar a uma ação. Vamos acionar o Ministério Público Estadual para denunciar essa situação. Também vamos cobrar da Secretária de Saúde que faça o ressarciamento desses valores aos pacientes", pontuou Dorinaldo Malafaia, presidente da entidade sindical.
Denominado "Sindesaúde na Base", o acampamento em frente aos hospitais também tem a finalidade de pressionar os gestores da Saúde a normalizarem os atendimentos nas unidades, oferecendo aos pacientes o quê lhes é garantido, segundo institui o Sistema Único de Saúde (SUS).
O sindicato também está promovendo fiscalizações no interior dos hospitais com a intenção de averiguar as condições de trabalho de técnicos e enfermeiros. "Estamos fazendo um raio X da Saúde", reforçou Malafaia. acrescentando que a ação do Sindesaúde percorrerá em todos os hospitais de Macapá. "Cada semana acamparemos em frente a uma unidade", frisou. Ele adiantou também que o Pronto Atendimento Infantil (PAI) será o próximo a receber a caravana fiscal.
Ainda hoje (4), todas as enfermarias e corredores do Hospital de Emergências deverão receber a visita da equipe do sindicato, que quer saber quanto cada paciente está gastando com itens que deveriam ser pagos pelo Governo.

Alimentação Suspensa

Ontem, enquanto a reportagem visitava o acampamento do Sindesaúde, uma denúncia de que os cozinheiros do Hospital de Emergências haviam cruzados os braços chegou ao conhecimento da nossa equipe. A informação confirmada pelo enfermeiro e presidente do sindicato, Dorinaldo Malafaia.
Há cinco meses sem receber os salários, os trabalhadores que prestam serviço ao hospital através da empresa denominada Mecon, decidiram paralisar suas atividades como forma de protesto ao atraso. "Só vamos servir polpa (de frutas)", afirmou, por telefone, uma cozinheira que pediu para não ser identificada.

Nenhum comentário: